terça-feira, 20 de maio de 2014

Projeto Leitura Deleite

Realizado há alguns anos, visando estimular o hábito de leitura entre os alunos do Curso Normal do Instituto de Educação Professor Joel Monnerat, na cidade de Três Rios/RJ, este projeto surgiu para mostrar aos adolescentes que a leitura pode e deve ser prazerosa.

Embora saibamos da presença maciça da leitura em sala de aula, cabe perguntar: O que se lê? Para que se lê? Quando? Para quem? Com quem? Enfim, em que condições lê-se na escola?



Logo percebemos que os alunos lêem para o professor, preocupados com avaliações, atividades e exercícios. Ao criar o projeto da Leitura Deleite quis propiciar um momento de leitura associado com a satisfação, visto que no dicionário deleite quer dizer prazer íntimo; gosto; delícia.

No início da aula, ao entrar em classe, cumprimento os alunos e faço a leitura do dia. Pode ser uma crônica, um conto curto, uma letra de música, uma poesia, uma anedota, um trecho de alguma entrevista que repercutiu nos jornais da semana... É um texto não muito curto, no máximo uma lauda, mas deve ser provocativo, resultando em reflexão e vontade dos alunos darem sua opinião. Observem que este momento não vale pontuação no bimestre e não faz parte de nenhum exercício; é apenas a leitura para o deleite, ou seja, o prazer. Com o tempo, os alunos fazem suas contribuições, trazendo textos que tem a ver com a realidade da turma.

   É importante ressaltar que minha opção em fazer a Leitura Deleite no início da aula está associada ao fato de que sempre discordei dos professores que lêem nos últimos minutos de suas aulas, por considerarem que seu “dever” já está cumprido. E nesse caso, talvez julgando que essa poderia ser uma maneira mais descontraída de encerrar o dia, acabam demonstrando, com sua atitude, que a leitura de histórias em voz alta é pouco importante, pois tudo o que é considerado “sério” na escola – como as lições e os exercícios valendo ponto – foi concluído e a leitura é uma maneira de “enrolar” enquanto esperamos tocar o sinal.

Aspectos a serem debatidos quando se apresenta um texto aos alunos:

- O que o título nos permite prever sobre o conteúdo do texto?
- Qual é a fonte da leitura? Uma revista de “fofocas”, uma revista científica, um jornal popular, um livro, um artigo?
- Trata-se de um artigo, uma crônica, uma reportagem, um poema, uma carta ou o quê? O que sabemos do gênero em questão?
- Quem é o autor do texto? Quando ou onde escreve ou escreveu? O que se sabe sobre suas ideias? A quem se dirige?
- Quais são os objetivos do autor? Um texto pode ser escrito para informar, dar notícias, distrair, fazer rir, argumentar, convencer, discutir um problema, narrar um acontecimento, expressar idéias, vender um produto, apresentar propostas... O que sabemos sobre a intenção do autor ao escrever o texto que estamos examinando?
- Qual é o assunto do texto? Em certos casos, é preciso conhecer algo sobre o assunto do qual o texto trata para poder compreendê-lo.


E o principal: para formar leitores, é preciso que a prática de leitura seja frequente, todos os dias, com horário diário e muita empolgação! Leia e releia muito para e com os seus alunos. Não se esqueça de que os adolescentes de hoje são expostos a diversos materiais escritos na vida e nós também não devemos nos limitar a certo tipo de material. Diversifique bastante os textos a serem lidos, oferecendo a eles uma pluralidade de leituras!